Das três casas chilenas de Neruda, a de Isla Negra, foi a mais amada. Voltada para o Pacífico, Isla Negra, na verdade, não é ilha, mas uma pequena vila de pescadores, distante uns 100 quilômetros de Santiago. Neruda chegou ali em 1939, onde escreveu "Canto Geral". A pequena casa, que encontrou no terreno de 5 mil metros quadrados, foi pouco a pouco ampliada com a ajuda do arquiteto espanhol Germán Rodríguez Arias.
A casa de Isla Negra guarda a magia dos 3.500 objetos vindos de todo o mundo. Reunidos por Neruda espalham-se pelos quatro cantos, janelas e jardins. São obras de arte, peças de artesanato, quadros, gravuras, fotos, búzios, mapas, instrumentos de navegação. Neruda gostava de coisas e de acumulá-las. Feito criança fez um tesouro de garrafas de vidro que guardam cores de luzes viajantes.
"Edifiquei minha casa como um brinquedo e brinco nela da manhã à noite", disse o poeta. A tumba de Neruda e Matilde Urrutia, seu amor definitivo, fica num promontório, de frente para o azul e atóis do Pacífico.
Ao conhecer as delícias da cozinha chilena, empanadas de mariscos, peixes e frutos do mar, de todas as cores e sabores, cevados em água gelada, dá pra entender a razão de Neruda ser tão glutão (em vários sentidos). Dá pra entender também, diante do Pacífico, a poesia de Neruda e seus temblores. Ela é dramática. Vem em ondas encrespadas. Bate nos rochedos com força. Resta-nos, apenas, navegá-la.
Vi o mar de Neruda pela primeira vez, em 1997. E é gelado e é forte. Açoita os rochedos desta bela costa chilena. Rochedos escuros, cobertos pelo verde das algas recentes ou pela ferrugem das que ali secaram, expostas ao sol. Depois de Isla Negra, fica Viña, ao lado de Valparaíso, onde se chega por estrada que atravessa o vale cercado de montanhas por todos os lado. Das varandas debruçada sobre o Pacífico, vemos montanhas bem perto, logo depois dos vinhedos. Essa é a geografia peculiar do Chile. Estamos quase ao mesmo tempo no céu, na terra e no mar, como nos poemas de Neruda.
A casa de Isla Negra guarda a magia dos 3.500 objetos vindos de todo o mundo. Reunidos por Neruda espalham-se pelos quatro cantos, janelas e jardins. São obras de arte, peças de artesanato, quadros, gravuras, fotos, búzios, mapas, instrumentos de navegação. Neruda gostava de coisas e de acumulá-las. Feito criança fez um tesouro de garrafas de vidro que guardam cores de luzes viajantes.
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