segunda-feira, novembro 23, 2015

Zavrel, o refugiado que fez Sarmede, Veneto, referência da ilustração de livros infantis

Uma das pinturas na parede externa da casa, onde Zavrel viveu em Rugolo
Sempre no verão, Sarmede recebe artistas de todo o mundo para oficinas de ilustração de livros infantis. É a árvore plantada pelo tcheco Stepan Zavrel rendendo frutos. Além desses cursos, acontece lá, durante todos os outonos e invernos,a Mostra Internacionale d' llustrazione per l'infanzia/ Le immagini della fantasia, este ano, em sua trigésima terceira edição. Na Mostra, o resultado do trabalho dos artistas, durante as oficinas de verão, além de uma extensa programação que inclui atividades para crianças e adultos.
Stepan Zavrel nasceu em 1932, em Praga, capital da antiga Checolosváquia, hoje República Checa. Em Praga, frequentou a Faculdade de Artes Cinematográficas, especializando-se em filmes de animação. Em 1959, Zavrel fugiu de seu pais. A primeira parada foi no campo de refugiados de Trieste. Estudou em Roma, esteve em várias cidades européias, incluindo Londres. Foi a Nova York, a convite do Metropolitam Museum. Retornou à Itália e se encantou com as colinas de Rugolo, vilazinha de Sàrmede que também é bem pequena. Tem apenas três mil habitantes. Fica na província de Treviso, região do Veneto
Ao escolher Rugolo para ter uma casa aberta a visitantes, Zavrel colocou Sarmede no mapa mundial da ilustração de livros infantis. Em 1988, o artista organiza o seu primeiro curso de verão para ilustradores e dá início, assim, a história de uma escola com o suporte da prefeitura de Sarmede e do governo do Veneto. A escola atrai ilustradores do mundo inteiro, inclusive brasileiros, movimentando toda a comunidade. 
Zavrel morreu em 1999, aos 67 anos, e está enterrado no cemitério ao lado da pequena igreja de Rugolo que teve a porta principal, em madeira, lindamente pintada por ele. Ilustrações de artistas, que passaram nas últimas décadas por Sarmede, adornam parede de prédios comerciais e residenciais da cidadezinha para conchego dos seus moradores e encantamento de quem a visita.
Publicado em 21/11/2015, no Blog do Matheus Leitão (G1)

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