Se eu acreditasse em vidas passadas, me veria um escriba anotando todos os atos do faraó e depois sendo enterrado com ele. Este escriba me habita há milênios. Nasci repórter. Mesmo antes de interpretá-los, registro os fatos. O que não deixa de ser o primeiro ensaio da interpretação.
Nunca rejeitei pauta alguma, mas o que gosto mesmo é de escrever sobre viagens presentes, passadas e futuros. Somos seres viajantes no tempo e espaço. Sempre estou em Brasília e também nas cidades dos meu afetos. Nunca as abandono, mesmo as que ainda conhecerei.Sempre estou e estarei na minha cidade inicial, aquela que carrego comigo por onde quer que eu vá. Talvez ela nem exista de fato. É a cidade que sempre reluz em meus sonhos e me abriga dos medos.
Sempre estamos voltando pra casa, buscando aquele lugar onde nossas dores tem amparo. Onde nos alimentamos de ambrosia, o néctar dos deuses. A nossa casa existencial, a casa do Pai. Não é sem razão que uma das parábolas bíblicas mais lindas é a do Retorno do Filho Pródigo. Outra é á dos Lírios dos Campos. As duas impregnadas do sentimento que mais nos define humanos: a compaixão.
A foto que acompanha este texto é o da janela da casa onde minha avó materna morou todo o tempo de casada, em Ouro Fino, sul de Minas. Foram 18 anos e nove filhos com com Giuseppe Pellicano, nascido em Civitta, Calábria, Itália. Meu avô morreu, de repente, aos 46 anos, enquanto dormia. Foi uma noite de tempestade. O céu parecia ter caído, contava minha avó.
A janela é encimada por uma concha marinha, símbolo renascentista da beleza. A casa é um poema feito pelo meu avô calabrês para a amada Venerina, em italiano pequena Vênus. Era assim que ele a via, saída de uma concha, tal a Vênus de Boticelli.
Nunca rejeitei pauta alguma, mas o que gosto mesmo é de escrever sobre viagens presentes, passadas e futuros. Somos seres viajantes no tempo e espaço. Sempre estou em Brasília e também nas cidades dos meu afetos. Nunca as abandono, mesmo as que ainda conhecerei.Sempre estou e estarei na minha cidade inicial, aquela que carrego comigo por onde quer que eu vá. Talvez ela nem exista de fato. É a cidade que sempre reluz em meus sonhos e me abriga dos medos.
Sempre estamos voltando pra casa, buscando aquele lugar onde nossas dores tem amparo. Onde nos alimentamos de ambrosia, o néctar dos deuses. A nossa casa existencial, a casa do Pai. Não é sem razão que uma das parábolas bíblicas mais lindas é a do Retorno do Filho Pródigo. Outra é á dos Lírios dos Campos. As duas impregnadas do sentimento que mais nos define humanos: a compaixão.
A foto que acompanha este texto é o da janela da casa onde minha avó materna morou todo o tempo de casada, em Ouro Fino, sul de Minas. Foram 18 anos e nove filhos com com Giuseppe Pellicano, nascido em Civitta, Calábria, Itália. Meu avô morreu, de repente, aos 46 anos, enquanto dormia. Foi uma noite de tempestade. O céu parecia ter caído, contava minha avó.
A janela é encimada por uma concha marinha, símbolo renascentista da beleza. A casa é um poema feito pelo meu avô calabrês para a amada Venerina, em italiano pequena Vênus. Era assim que ele a via, saída de uma concha, tal a Vênus de Boticelli.
Dinda, que belo !
ResponderExcluirA cada dia me surpreendo com o q você escreve!
Nos orgulhamos muito de você minha Flor 🌺
Bjs e amor eterno