Escrever acende lampadazinhas mágicas dentro de nossa cabeça. No início, pretendemos enveredar rumo ao norte e acabamos bem ao sul dos nossos pensamentos. Pensamos descrever uma árvore e, de repente, a floresta está diante de nós.
Foi assim quando fiz o post anterior. Ao dar o título de O amor bate à porta, nada mais fazia do que me lembrar de Dorinha, amiga de minhas primas Glória e Ângela. Só que acabei me enroscando em gnomos e elfos.
Não sei quais ventos trouxeram os pais portugueses de Dorinha para Ouro Fino. Exatamente ao sobrado, misto de ponto comercial e residência, da Avenida Delfim Moreira. Só sei que Dorinha e a irmã eram branquinhas, quietinhas, comportadas. Ninguém via Dorinha brincando na rua, nem passeando na Rua 13, nem indo ao cinema, a bailes ou festinhas.
Dorinha só estudava. Fez primário, secundário e Magistério. Dorinha estudava e ajudava a mãe nos serviços de casa e às vezes o pai, no comércio. Era da escola pra casa e da casa para a escola sem paradas pra bobeiras, sorvetes ou jogo da amarelinha. Aos domingos, ia à missa.
Dorinha gostava de ver da janela a vida passar e na rua sempre passava meninos, depois rapazes que olhavam pra Dorinha. Um deles, mais atrevido e incentivado, talvez, por um olhar mais travesso da menina, bateu-lhe à porta com um buquê de flores. Namoraram, casaram, tiveram filhos e se mudaram de Ouro Fino. Pra uma cidade bem por ali perto mesmo.
Então era esta a história que eu queria ter contado mais atrás e que conto agora. A propósito, Luci avisa que não está procurando nenhum amor. Ela está feliz com o dela. O post anterior não teve o propósito de dizer isso, mas de homenagear-lhe a sensibilidade, sempre à flor da pele.
Ilustração: Moça na janela, de Djanira
Foi assim quando fiz o post anterior. Ao dar o título de O amor bate à porta, nada mais fazia do que me lembrar de Dorinha, amiga de minhas primas Glória e Ângela. Só que acabei me enroscando em gnomos e elfos.
Não sei quais ventos trouxeram os pais portugueses de Dorinha para Ouro Fino. Exatamente ao sobrado, misto de ponto comercial e residência, da Avenida Delfim Moreira. Só sei que Dorinha e a irmã eram branquinhas, quietinhas, comportadas. Ninguém via Dorinha brincando na rua, nem passeando na Rua 13, nem indo ao cinema, a bailes ou festinhas.
Dorinha só estudava. Fez primário, secundário e Magistério. Dorinha estudava e ajudava a mãe nos serviços de casa e às vezes o pai, no comércio. Era da escola pra casa e da casa para a escola sem paradas pra bobeiras, sorvetes ou jogo da amarelinha. Aos domingos, ia à missa.
Dorinha gostava de ver da janela a vida passar e na rua sempre passava meninos, depois rapazes que olhavam pra Dorinha. Um deles, mais atrevido e incentivado, talvez, por um olhar mais travesso da menina, bateu-lhe à porta com um buquê de flores. Namoraram, casaram, tiveram filhos e se mudaram de Ouro Fino. Pra uma cidade bem por ali perto mesmo.
Então era esta a história que eu queria ter contado mais atrás e que conto agora. A propósito, Luci avisa que não está procurando nenhum amor. Ela está feliz com o dela. O post anterior não teve o propósito de dizer isso, mas de homenagear-lhe a sensibilidade, sempre à flor da pele.
Ilustração: Moça na janela, de Djanira
Nenhum comentário:
Postar um comentário