Quando morávamos em Arapongas, Paraná, havia muitos terrenos baldios nas imediações da rua Pica-pau, que na cidade todas as ruas tinham nome de pássaros. Era, então, costume, jogar restos de verduras e frutas além muros. A idéia era alimentar passarinhos. Nada que não fosse facilmente consumido ou não se misturasse rapidamente ao próprio mato. Muitas da sementes vingavam e era comum fartura de abóboras e tomates à disposição da vizinhança.
Quando os pés de abóbora floresciam, era nossa tarefa recolher grande quantidade daquelas belezinhas amarelas, que faziam dos terrenos baldios verdadeiros jardins. Tarefa que fazíamos com gosto porque seríamos recompensados com deliciosos bolinhos, bastante semelhantes aos tempuras, iguarias da cozinha japonesa, o que experimentaríamos bem mais tarde, já em Brasília.
Era só lavar bem lavado as flores e mergulhá-las numa mistura bem grossa e temperada de farinha de trigo e leite para depois fritá-las. Existem, na internet, receitas mais elaboradas, mas duvido que sejam mais deliciosas do que este pequeno milagre que Vó Ina e minha mãe faziam em dia de bom-humor na cozinha.
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