
Dizem que nunca voltamos os mesmos de uma viagem, para o bem ou para o mal. Dizem também que viagens são capazes de salvar ou destruir casamentos. Concordo.
Roberto Rossellini é considerado o pai do cinema neo-realista italiano pós-guerra, com "Roma, Cidade Aberta" (clique para saber mais), de 1946. Em Viagem à Itália, de 1953, o diretor apresenta uma linguagem mais moderna que foi capaz de influenciar uma geração de novos diretores.
Um casal chega à Napoles para resolver problemas de herança. depois de oito anos de casados, o relacionameno está à beira da ruptura. O que vai lhes acontecendo no decorrer da viagem, cada um fazendo programas em separado, lhes dá a dimensão da incomunicabilidade entre eles. Pouco a pouco, entretanto, a descoberta do fracasso conjugal terá imoactos diferentes em cada um. Se, por um lado, sentem-se como estranhos, por outro agem como amantes ciumentos e possessivos. O que acontece, então, é a redescoberta um do outro.
A revelação final do amor que sentem dá-se pela insuportável separação dos dois, promovida pela multidão que acompanha a procissão de São Genaro, padroeiro de Nápoles. Eles se perdem um do outro, empurradospela multidão. E quando se encontram... se encontram, não é lindo?

A cena da capa do DVD que pode ser comprado na FNAC é uma das mais belas do filme. Passa-se no Museu Nacional Arqueológico de Nápolis, com a câmera fazendo um giro de 360 graus em torno da escultura e de Bergman.
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