
Acabei de chegar de Maringá, via Curitiba, morrendo de saudade do meu blog, meu companheiro dileto...
Sim, dileto... e, como volto do Paraná, as lembranças me assaltam. A palavra dileto me faz lembrar do Nelson Gonçalves da minha infância, que eu e minha mãe gostávamos tanto de ouvir e de cantar:
Violão, meu companheiro dileto,
és meu único afeto,
tudo que me restou...
Meu violão, meu amigo,
nem ela nos separou
hoje reparto contigo
a saudade que comigo ficou.
Fiquei entre a cruz e a espada
quando ela desesperada
obrigou-me a escolher
e , hoje, o meu dilema persiste
viver sem ela é tão triste
sem ti não posso viver...
Grande Adelino Moreira!!! O compositor imortalizado pela belíssima voz de Nelson Gonçalves.
Tinhamos que ouvir o rádio baixinho e cantar esse tipo de música (tinha também as do Lupicínio) quando meu pai não estava em casa.
Era um deus nos acuda se ousássemos aumentar o volume enquanto Nelson cantava mulheres perdidas, traidoras, pérfidas, mentirosas, dissimuladas.... e com as quais eu menina de oito, nove anos, no máximo, e minha mãe ainda tão jovem, nem entrado nos trinta tinha, nos identificávamos tanto. Que mulher não adora, desde pequenininha, ver um homem sofrendo, mesmo que de mentirinha, por ela?
-Música de zona! decretava meu pai!
E nós, de costas pra ele:
Boemia, aqui me tens de regresso...Ah! quanto a música anterior, ela contem uma contradição tipicamente masculina. O autor diz que está num dilema, mas na verdade escolheu o violão, que aqui significa a vida sem porto seguro, a vida boêmia. A falta da mulher amada apenas o deixa triste. Sem o violão, ele morreria! Entre ficar triste e morrer, preferiu ficar triste. Não tem dilema algum. Esses homens!!!
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