Viagem & Conversa - Grito preso na garganta...

Foi num grande circo de lona colorida que, pela primeira vez, vi a Branca de Neve em carne osso na casa dos sete anões: sete caminhas, sete cadeirinhas, sete tantas coisas bem pequenininhas.

E os anões eram todos coloridos e brincalhões e davam cambalhotas enquanto cantavam Eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou... depois de um dia estafante de trabalho nas... minas. Porque anões das nossas histórias de criança são ogros, que habitam cavernas e troncos de árvores. E havia a maçã envenenada da madrasta invejosa com seu espelho que só lhe dizia a verdade que semeia crueldade.

Aos cinco anos, quando vi a Branca de Neve de verdade e seus amiguinhos os sete anões, e a madrasta que era bruxa, a história me calou tão fundo que...

Em 1996 estava eu com a minha cunhada Sueli, a Bebel e a sobrinha Carol na EuroDisney, na vizinhanças de Paris. Enquanto as maluquinhas queriam conhecer todas as montanhas russas possiveis eu só queria entrar no Mundo do Faz-de Conta.

E, na excursão de trenzinho por este meu mundo mais profundo, simplesmente explodi, para espanto geral, quando me deparei com a madastra de Branca de Neve e seu espelho. Gritei histérica: Sua feia!!! Malvada!!! Te odeio!!! Soltei, enfim, o grito preso na garganta há décadas!