Assim como tive amiguinhos de infância que se chamavam Anderson Clayton por causa da onda margarina, muitos meninos por esse Brasilzão foram batizados de Maicon, por causa da onda pop calçada de polainas, de sapatos deslizantes, que varreu a década de 80. Maicon e não Maicol, porque na lógica de pessoas que escolhem tais nomes para os filhos, o final só pode ser em on e não em ol. Edson, Nilson, Nilton, Celson e, por que não? Maicon.
Eu não chorei a morte do Michel. Não derrubei sequer uma lágrima. Se era Deus, como dizem, seu destino era mesmo as alturas... Não se sentia bem no escafandro que usou para viver neste mundo. Não conseguia nem nele respirar, o ato mais básico do ser humano ou não. Pra falar a verdade, fazia tempo que não estava nem mesmo aqui, habitando entre nós.
Tenho saudade do menininho que dava leveza e graça aos Jackson Five. E gostei muito mesmo do jeito de dançar e das músicas do Michel adulto. Acho sim que ele é um pop star, palavra neutra em inglês. Em português, eu diria que o menino Michel cresceu e virou uma estrela.
No feminino, a palavra honra-lhe a imagem e a voz.
Tenho saudade do menininho que dava leveza e graça aos Jackson Five. E gostei muito mesmo do jeito de dançar e das músicas do Michel adulto. Acho sim que ele é um pop star, palavra neutra em inglês. Em português, eu diria que o menino Michel cresceu e virou uma estrela.
No feminino, a palavra honra-lhe a imagem e a voz.
Mas chorar sua morte, não choro. Ficou claro, ao ver minhas amiguinhas inconsoláveis, que quase nunca choramos por quem se foi, mas por perdas associadas à lembrança do morto. Choramos pela nossa infância, pela nossa juventude, pelo primeiro beijo dado ao som daquela música. Tudo que já se foi há muito tempo, e não volta nunca mais, como o menino negro dos Jackson Five.
Nossa, Clarinha, que poesia! Fiquei até com vontade de chorar de novo!!
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