segunda-feira, janeiro 12, 2009

PIrenópolis - Portas

Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor
seja uma velha canção nos teus ouvidos

Das horas que passei à sombra dos teus gestos/Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos/Das noites que vivi acalentando/Pela graça indizíveldos teus passos eternamente fugindo.
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente/E posso te dizer que o grande afeto que te deixo/Não traz o exaspero das lágrimasnem a fascinação das promessas/Nem as misteriosas palavrasdos véus da alma...
É um sossego, uma unção,um transbordamento de carícias/ E só te pede que te repouses quieto, muito quieto/ E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar estático da aurora.
Ternura/Vinícius de Moraes

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