O que popularmente se chama de Olho, não era para ser chamado assim. Segundo Niemeyer este anexo ao corpo principal do Museu, prédio que abrigava anteriormente secretarias estaduais, foi desenhado com base na silhueta da araucária, o pinheiro símbolo do Paraná e de Curitiba. Confesso que não consigo ver tal intenção como toda a torcida do Atlético.
Claro que, em se tratando de Niemeyer o Olho é engrandecido por espelhos d'água. E claro também que o anexo é ligado ao corpo principal do Museu por rampas e mais rampas de fazer inveja as de Brasília.
Um túnel no subsolo, como não poderia deixar de ser, em se tratando de Niemeyer, liga o Olho ao edifício principal. São mais de 35 mil metros de área construida, metade dela dedicada a uma variedade de exposições simultâneas. O acervo do Museu fica no Olho.
"Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo - o Universo curvo de Einstein." Oscar Niemeyer
Como toda obra de Niemeyer, é mais linda por fora que por dentro. Dá pra entender um Museu ou qualquer edifício lindo demais que, se estando dentro, te impede qualquer diálogo visual com o ambiente externo? Eu não entendo, mas aqui em Brasília é o que quase sempre acontece.
Mas Niemeyer é Niemeyer não é mesmo? E daqui dois séculos, quando nem nossos ossos restarem ainda estarão contruindo olhos, potes de iorgutes, bolas, pirâmides segmentadas e rampas que sairam de seus rabiscos sempre estonteantes, finalizados por um séquito de fiéis seguidores já nascidos e por nascerem.Sábado, 17/01/2009
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