sexta-feira, julho 31, 2009

Viagem & Conversa - Paulo Pelicano... Não, não me esqueci... não nos esquecemos





Ontem, quinta-feira, 30 de julho, fez seis meses que o jornalista Paulo Pelicano, meu primo-irmão, se foi para sempre sem dizer adeus à família e amigos.
Em 19 de abril de 2004, Paulo publicou na Newsletter Comunicadores, o poema de MAIAKOVSKY (foto ao lado), que transcrevo abaixo. O poema foi musicado por Caetano, faz tempo.



Um dia, quem sabe,
ela, que também gostava de bichos,
apareça
numa alameda do zôo,
sorridente,
tal como agora está
no retrato sobre a mesa.
Ela é tão bela,
que, por certo, hão de ressuscitá-la.


Vosso Trigésimo Século
ultrapassará o exame de mil nadas,
que dilaceravam o coração.



Então,de todo amor não terminado
seremos pagos em enumeráveis noites de estrelas.


Ressuscita-me, nem que seja só porque te esperava
como um poeta repelindo o absurdo cotidiano!


Ressuscita-me!
nem que seja só por isso!

Ressuscita-me!
Quero viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja mais escravo de casamentos,
concupiscência,salários.
Para que, maldizendo os leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo universo inteiro.

Para que o dia, que o sofrimento degrada,
não vos seja chorado, mendigado.
E que, ao primeiro apelo:
- Camaradas!Atenta se volte a terra inteira.


Para viver livre dos nichos das casas.
Para que doravante a família
seja o pai, pelo menos o Universo
a mãe,pelo menos a Terra.

2 comentários:

  1. Clara,obrigada por ama-lo tanto assim...

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  2. Obrigada por sempre lembrar de nosso querido Paulo...mando abaixo uma música que ele adorava e que sempre ouviamos juntos, e agora, todas as vezes que ouço me lembro dele....
    Não se admire se um dia
    Um beija-flôr invadir
    A porta da tua casa
    Te der um beijo e partir...

    Fui eu que mandei o beijo
    Que é prá matar meu desejo
    Faz tempo que não lhe vejo
    Ah! que saudade d'ocê...

    Ah! que saudade d'ocê...
    He! He! He! He! He! He!

    Se um dia ocê se lembrar
    Escreva uma carta prá mim
    Bote logo no correio
    Com frases dizendo assim...

    Faz tempo que não lhe vejo
    Quero matar meu desejo
    Lhe mando um monte de beijo
    Ah! que saudade sem fim...

    Ah! que saudade sem fim...
    Ím! Ím! Ím! Ím! Ím! Ím!

    E se quiser recordar
    Aquele nosso namoro
    Quando eu ía viajar
    E ocê caía no choro...

    Eu chorando pela estrada
    Mas o que eu posso fazer
    Trabalhar é minha sina
    Eu gosto mesmo é d'ocês!...

    Se um dia ocê se lembrar
    Escreva uma carta prá mim
    Bote logo no correio
    Com frases dizendo assim...

    Faz tempo que não lhe vejo
    Quero matar meu desejo
    Lhe mando um monte de beijo
    Ah! que saudade sem fim...

    Ah! que saudade sem fim...
    Ím! Ím! Ím! Ím! Ím! Ím!

    E se quiser recordar
    Aquele nosso namoro
    Quando eu ía viajar
    E ocê caía no choro...

    Eu chorando pela estrada
    Mas o que eu posso fazer
    Trabalhar é minha sina
    Eu gosto mesmo é d'ocê...

    Ah! saudade d'ocê!

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