
Vittorio de Sica
Num dos posts anteriores disse que vi o Zé, meu ex-marido, três vezes no dia em que fomos apresentados. A primeira em frente ao Departamento de Comunicação da Universidade de Brasília.
A segunda, logo em seguida,no final do estacionamento da Ala Norte do Minhocão, perto do Departamento, enconstado no Mucuripe (Olha só, lembrei-me do nome do carro do Clodo). A cho que já era uma alusão aos versos da música do Fagner, As velas do Mucuripe vão sair para pescar ... Acho que a música ainda nem tinha sido gravada ainda, mas o Fagner e mais outros do Pessoal do Ceará já andavam por Brasília.
A terceira, à noite do mesmo sábado, 25 de novembro de 1972, em frente à Sala Funarte, onde passava um festival de filmes do neo-realismo italiano. O filme era Ladrões de Bicicleta, em preto e branco, todo feito com atores amadores, gente anônima a ruas de Roma. Vejo na internet que está disponível em DVD.
Há quilômetros de ensaios e críticas sobre o filme. Todos eles ressaltando questões do pós-guerra italiano: desemprego, fome, desespero. E também questões típicamente capitalistas como agiotagem é a intensidade do retrato que faz da relação pai e filho, no acso um menino bem pequeno. uma relação entre pai e filho. Também esta relação é apresentada de modo realista, mas, nem por isso, deixa de ser profundamente emotiva e verdadeira.
Me vi neste menino, sempre alerta e sofrendo com os dramas familiares. Também me lembro como a mulher está presente no filme para resolver situações extremas. Enquanto o homem se desespera porque empenhou a bicicleta e não pode sem ela candidatar-se a emprego de colador de cartazes, a mulher resolve a situação. Dá os lençóis bordados do enxoval para o marido fazer novo empréstimo e resgatar a bicicleta. Simbolicamente se desfaz de recordações sagradas, de herança familiares, de sonhos costurados na juventude.
Se você não viu, veja! Vale a pena! A fotografia é belíssima.
Ladrões de Bicicletas. O Realismo Italiano é capaz de sensibilizar até os mais insensíveis. Difícil ficar indiferente a Rosselini, um grande, mestre, um dos grandes que conseguem traduzir nossas emoções e transformar nossos sonhos em arte!!! Maravilhoso!!!
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