sexta-feira, junho 26, 2009

Férias em Ouro Fino

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Quando nos mudamos para Brasília, primeiro moramos num apartamento da tia Lourdes, irmã de meu pai, na 413 Sul. Eu e minha irmã Vera passamos a estudar no Ginásio do Setor Leste e meu irmão Dante, então com sete anos, na Escola Classe da quadra.

Não sei porque imaginei que dali sairíamos para um outro apartamento, mesmo alugado. Mas meu pai e minha mãe haviam jurado que não pagariam mais aluguel e assim nos mudamos, no segundo semestre de 1964, para um barraco sem luz no poeirão da Quadra 03, acho, logo no início da cidade satélite de Brasília. Agora não se usa mais dizer cidade satélite, mas região administrativa.
As condições em que vivíamos eram tão ruins, apesar do esforço de meu pai de melhorar o barraco, que minha mãe, com pena de nós, comprava passagens para mim e minha irmã e íamos para Ouro Fino antes mesmo do Natal. E assim passávamos uns dois meses na casa do tio Ângelo e até mais. Muitas vezes só voltávamos depois do carnaval.

Nossas primeiras paixões nós as vivemos em Ouro Fino. Aqui não cito nomes, para não denegrir a nossa imagem (risos)... Brincadeirinha, gente!!! E isso durou até 1972, quando depois de alguns anos também em Taguatinga, estávamos de volta ao Plano Piloto, primeiro num apartamento alugado da 312 Norte e, depois, num apartamento funcional da 104 Norte. Aí já estávamos na Universidade de Brasília e nossa vida mudou.

Começamos a namorar de verdade e a fazer nossa vida de jovens por aqui mesmo e Ouro Fino ficou cada vez mais distante... Além disso, praticamente toda nossa família estava conosco, incluindo minha avó Ina. O que tínhamos nos bastava e quando viajávamos não era mais para Minas Gerais. Sempre que podia, eu estava com meu primo Paulo, em São Paulo. Comecei a viajar com amigas para o Nordeste, viajar a trabalho...

Faz apenas dois anos que Ouro Fino passou a fazer novamente parte do meu mapa emocional, quando eu, Bebel e Thiago viajamos de carro, primeiro à Itaúna, onde mora minha madrinha Nair, irmã de minha mãe, e muitos primos que ali fizeram a vida. Depois, seguimos para Ouro Fino e, desde então, lá retornei duas vezes. Os impacctos dessas viagens estão traduzidos em milhares de palavras e muitas imagens neste Blog.


A carta que publico, é uma das reliquias que guardo em uma frasqueira verde que ganhei de minha mãe, quando fiz 17 anos, em janeiro de 1967, e estava em Ouro Fino. Eu me sentia feliz lá, mas sentia saudades dos meus irmãozinhos, Dante, sete anos mais novo que eu e Dário, dez anos e meio. O frasqueira, me chegou por um portador, foi e simplesmente foi amor à primeira vista, que conservo até hoje.

No dia do meu aniversário, meu tio e padrinho Ângelo me fez um bolo, o mais lindo de toda a minha vida, mais lindo que o do meu casamento. Era todo confeitado de pequenas rosas de vários tons. Uma obra de arte! Não, não tenho foto.

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