sexta-feira, junho 26, 2009

Planaltina (DF) - Irmã mais velha...

As fotos deste post são da parte antiga de Planaltina, cidade que foi incorporada ao Distrito Federal, quando da inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. Completou 148 anos, tem 1534 km² e conta com aproximadamente 250 mil habitantes.
Os primeiros registros sobre Planaltina datam da metade do século XVIII, quando passou a ser ponto de parada da estrada real que escoava o ouro e arrecadação de dízimos territoriais à coroa. Mais tarde, na cidade foi instalado um posto da Coletoria , responsável pela cobrança de impostos estaduais e federais. No ano de 1892, acontece um fato que ligará definitivamente a história de Planaltina à de Brasília. Trata-se da vinda da Comissão Cruls que realizou os primeiros estudos para a implantação da futura Capital Federal no Planalto Central.
O então Presidente da República Epitácio Pessoa, baixou o Decreto nº 4494 de 18 de janeiro de 1922, determinando o assentamento da Pedra Fundamental. No dia 7 de setembro de 1922, foi lançada, em Planaltina, a Pedra Fundamental, onde pretendia-se construir a futura capital do Brasil. Na década de 50, novos estudos determinaram o traçado de Brasília distante pelo menos uns 50 quilômetros da velha cidade.
No início da década de 70, não sei qual a configuração astral que empurrou a família da irmã mais velha de minha mãe, Tereza Pellicano Dória, para esta cidade. E a mulher chique que eu conheci, vestida de peles no inverno de Ouro Fino, envolvida de perfume francês, cabelos tratados que nem atriz de cinema, que fazia enxovais para viajar de navio com o marido, passou bem mais de uma década administrando o hotel, que pode ser visto na primeira foto do post.Tia Tereza pouco passava dos 50 anos ao mudar-se com a família para cá, mas tinha a mesma disposição de quando morava numa bela casa na avenida Delfim Moreira, em Ouro Fino. Ela, o marido Aldo Dória, dez anos mais velho, e os filhos Péricles (Peti), Maureen e Percival, vieram de mala e cuia. Uma mudança radical, sem volta.Aqui meus primos trabalharam, constituiram família e os meus tios envelheceram. Quando éramos jovens e minha mãe era ainda viva, passamos muitos fins de semana neste hotel. Passamos até um Natal, todos juntos, em família.

Naqueles tempos, parecia que estávamos protegidos de tudo e que nada de mal nos aconteceria, que nossos pais continuariam para sempre conosco e que nós nunca envelheceríamos. Vivíamos como sendo natural o segundo exílio da nossa família. O primeiro, apagou a Itália da vida dos nossos bisavós e avós. O segundo apagaria Ouro Fino da vida dos nossos pais.

Tirei estas fotos na tarde do dia nove deste mês de junho, depois do enterro da tia Tereza, irmã muito amada da minha mãe Elza. Só hoje consegui escrever sobre isso. Ela era dez anos mais velha que minha mãe e morreu 30 anos depois dela. Minha mãe foi o primeiro bebê que minha tia cuidou. As duas eram muito apegadas.


Mas minha tia se casou muito jovem, aos 16 anos, e mudou-se com o marido para a fazenda do meu avô José Pellicano, bem perto daquela que minha avó Venerina Marcílio havia nascido 34 anos antes... ali às margens do Córrego da Onça, em Inconfidentes. Minha mãe chorou uma semana sem parar depois de vê-la partir de charrete com o marido. Disse-me, e muitas vezes, que aquele foi um dos dias mais tristes da sua vida.

Tia Tereza, viúva de Aldo Dória, morreu no dia 08 deste mês, aos 91 anos.

5 comentários:

  1. Quantas descobertas estou fazendo através de você.
    Maureen é sua prima e foi namorada por muitos anos de meu primo José Eduardo. Sabia que ela havia se mudado prá Brasília mas nunca mais havia tido notícias dela.
    Apesar dela com toda certeza não estar bem, diga-lhe que mandei meu abraço apertado pela perda dela e me conte da vida que ela leva por aí.
    Bj.

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  2. Oi Inah,
    Maureen, minha querida prima, está super bem. Casada com uma pessoa maravilhosa e muito amiga de toda a família, o Anísio, professor aposentado e fazendeiro. Ele é de família goiana e se conheceram em Planaltina mesmo. Maureen também é professora aposentada. Eles tem três filhos lindos e uma neta. Uma das meninas já se formou em Veterinária e mora e trabalha no Paraná. A outra, a Amanda, e o rapaz, moram com eles.
    Vou dizer a ela que estamos nos falando por e-mail e por este Blog.
    Ela certamente ficará feliz de ter notícias suas.
    Beijos e tomara que este Blog traga-lhe outras descobertas que te falem ao coração.

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  3. Pois é, por telefone ou email mandei um abraço e um beijo pelo falecimento de sua Tia. Muita gente conhecida envolvida nessa história. Fui muito amigo do Péricles (Peti), ele foi de matar professora de raiva de tanto bagunceiro na Escola Normal. O primo da Inah, José Eduardo, reside hoje em Araranguá - SC - foi meu amigo quando morava em OFino e depois de 38 anos nos reencontramos em Minas. Hoje trocamos emails e conversamos sempre via MSN, inclusive, talvez este ano ele e a esposa veem para Pirenópolis passar uns dias conosco. Um abraço pra Maureen, Anísio , Percival e esposa Regina ou Terezinha (minha confusão entre as irmãs)... alzheimer ...

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